quinta-feira, 26 de março de 2015

A inversão de ideias: África e discurso mundial

Todos se lembram, se não se lembram, já, pelo menos, ouviram falar ou até conhecem, a música We are the World: USA for Africa (vide abaixo). Ela é uma composição da década de 1980 de Michael Jackson e Lionel Richie e contou com a participação de 45 artistas famosos dos EUA. O objetivo da campanha era arrecadar dinheiro para combater os problemas que o continente sofria após cerca de duas décadas (com exceção de alguns países que tinham apenas 10 anos) de libertação do imperialismo que tanto destruiu a África desde o século XIX. Quatro meses após o lançamento de We Are the World a música tinha arrecadado quase 10,8 milhões dólares americanos, a maior parte do dinheiro veio de vendas de discos dentro os EUA; fora uma parte doada pelo público estadunidense.

Retirado de <https://www.youtube.com/watch?v=_mG7WzCto3Q>

O dinheiro arrecadado não seria aplicado todo de uma só vez, pois os organizadores e os administradores do projeto julgavam que seria previsto mais 10 ou 20 anos para que esta ajuda surtisse um efeito verdadeiro. Se aplicassem o dinheiro desenfreadamente poderiam até ter um grande resultado, mas apenas em curto prazo. No mês de junho de 1985, o primeiro jato de carga do USA for Africa decolou transportando alimentos, remédios e roupas para a Etiópia e para o Sudão. Ele fez uma parada em Nova York, onde 15 mil camisetas foram adicionados à carga, além de suprimentos como biscoitos ricos em proteínas, vitaminas, medicamentos, tendas, cobertores e equipamentos de refrigeração.
Não negamos a grande ajuda que os EUA e todo o chamado “Ocidente” deram ao continente africano neste momento, mas este movimento teve uma contrapartida: acabou por reforçar o estereótipo da África da fome, da morte e da miséria. Esta visão da África como um continente horrível vem desde muito tempo; devemos nos desvencilhar deste olhar etnocêntrico que tanto reduz as maravilhas e conhecimentos que o continente possui.
Por isso, um grupo de jovens uniu-se e fez o inverso: e se a África ajudasse um país europeu necessitado? Como seria? O vídeo Radi-Aid – Africa for Norway (vide abaixo; ele está em inglês, mas a seguir colocamos uma legenda livre em português) nos mostra como seria a campanha. Esta proposta nos faz refletir sobre atitudes que, muitas vezes, são inconscientes, mas que devemos parar e refletir e ponderar se realmente pensamos estas coisas ou se apenas estamos produzindo conceitos e afirmações que foram construídos historicamente e que há muito estão descontextualizados, para não dizer, completamente preconceituosos. Espero que após, assistir as duas campanhas, você, caro leitor, reflita sobre a mensagem que as duas passam e por que é necessário refletir sobre nossa maneira de agir para com o continente africano.

Retirado de <https://www.youtube.com/watch?v=oJLqyuxm96k>

LEGENDA:

Na Noruega crianças estão congelando,
é tempo de nós ajudarmos;
há coração o suficiente para a Noruega
se os africanos compartilharem.

Ainda os africanos ficam pensando
"Não podemos contribuir";
o calor que temos,
gostaríamos de compartilhar,
mas não podemos distribui-lo.

(Refrão)
Agora a mesa se inverteu,
agora é África pela Noruega
e não há maneira
de fecharmos os olhos,
nós vimos que eles estão congelando.
Como africanos conscientes,
enviamos nossos aquecedores a caminho,
Radi-Aid para Noruega
com uma brisa tropical.

Aqui em África,
nós tivemos nossos problemas também
com pobreza, corrupção,
com HIV e o crime.

A Noruega deu uma ajuda,
nos ensinaram o que fazer
e agora é o tempo de retribuir.

(Refrão) 

Junte-se a Radi-Aid!
Diga sim! Enviamos nossos aquecedores a caminho.

Junte-se a Radi-Aid!
Diga sim! Enviamos nossos aquecedores a caminho.

 Junte-se a Radi-Aid!
Diga sim, Radi-Aid!

(Este é uma tradução livre)


Para aprofundar as informações, acesse:
<http://en.wikipedia.org/wiki/We_Are_the_World#Humanitarian_aid>
<http://www.usaforafrica.org/index.html>
<https://pdgc2012a.wordpress.com/2012/11/23/the-power-to-construct-discourse-%E2%80%A8radi-aid-africa-for-norway/>



quarta-feira, 18 de março de 2015

Semana da Consciência negra da EA

A Semana da Consciência Negra da EA tem como objetivo trazer atividades sobre a diáspora africana em seu aspecto artístico, cultural e histórico. Este evento tem acontecido na Escola de Aplicação há diversos anos e constitui-se em momento importante de conversa e reflexão sobre questões pertinentes a identidade negra brasileira, é uma oportunidade a mais de discussão para além das propostas que geralmente são realizadas pelos professores em aula. Na Semana da Consciência Negra são realizadas apresentações, oficinas, exposições e conversas entre convidados e alunos. Seguem algumas fotos de eventos passados.

Semana de Consciência Negra da EA, 2014
Os convidados de 2014 foram professore/as Janeide, Ana Lúcia, Kamila Rumi, Ronaldo Sonyc, Paulo Chagas, Grupo Cachuera, grupo Fumaca Kwanza de Angola, MC Sophia, Naiara, Potira.


Grupo Fumaca Kwanza de Angola

Grupo Cachuera!

A educadora Janeide.


MC Sofia.





Semana de Consciência Negra da EA, 2013
Os convidados de 2013 foram Grupo Cachuera, professora Janeide, Ana Lúcia, Kamila Rumi, Paulo Chagas, Grupo Cacuriá, MC Sophia, B-girl Cris, entre outros.






Oficina com a educadora Janeide.

Grupo Cachuera.


MC Sophia.

Grupo Cacuriá.

B-girl Cris.


Oficina Tiê com prof. Aninha, Kamila e Paulo.




Semana de Consciência Negra da EA, 2012



Semana da África, maio de 2014

A Semana da África da Escola de Aplicação da USP é um evento especial sobre África e cultura afrobrasileira para os alunos do ensino básico. A atividade é organizada pelo projeto Negritude da EA e conta com o apoio de toda a comunidade. Abaixo, seguem algumas fotos do projeto em maio de 2014. Alguns dos convidados foram o escritor Allan da Rosa, Débora Garcia, Renato Cândido, Paula Homem de Melo e Nobu Chinen.









Semana da África, maio de 2012

A Semana da África da Escola de Aplicação da USP de 2012 foi um evento especial sobre África e cultura afrobrasileira para os alunos do ensino básico desta escola. Estiveram presentes no evento Allan da Rosa, Julio Emílio Braz, Kiusam Oliveira, Renato Cândido, Paulo Dias e grupo Cachuera de Arte, Sunny, Rogério Ferro e Elídio Nhamona. 




Semana da África, maio de 2013

No mês de maio de 2013 os alunos da Escola de Aplicação participaram da Semana da África, momento de debate e conversa sobre cultura afrobrasileira em suas diversas dimensões. Os convidados foram: Júlio Novo, Débora Garcia, Camarão, Nobu Chinen, Ayo Shani, MCs Ericson e Cérebro e os Bboys Carlos Roberto e Cristiane Correa.







Escola democrática e diversidade - Univesp TV

Segue link para o programa Escola democrática e diversidade realizado pela Univesp TV. Nesta matéria é apresentado e discutido o tema diversidade e democracia na Escola Marechal Deodoro e na Escola de Aplicação.

Parte 1 - http://www.youtube.com/watch?v=-efWxn5tKrI

Parte 2 - http://www.youtube.com/watch?v=U5-l2upATj8



Projeto Negritude, exposição de 2014


Estes são alguns dos cartazes realizados por alunos do 6º ano e 9º ano para exposição sobre personalidades negras em novembro de 2014 na EA.







terça-feira, 3 de março de 2015

Síntese da coleção "História Geral da África" da UNESCO

Anteriormente, postamos acerca da coleção de história do continente africano produzida devido aos esforços da UNESCO e dos pesquisadores na área (Vide). Agora, no Brasil, lança-se a síntese desta coleção. Este esforço foi coordenado por Valter Roberto Silvério e contou com os textos de Maria Corina Rocha e Muryatan Barbosa. A obra está dividida em dois volumes, o primeiro trata dos temas que compunham os quatro primeiros volumes da coleção original (indo da África Antiga ao século XVI), já o segundo abarca os volumes seguintes cujos temas vão do final do século XVI ao século XX.



Para baixar a síntese, basta clicar no ícone a seguir: