domingo, 27 de setembro de 2015

Aqualtune e as histórias da África





Ana Cristina Massa
Editora Gaivota - 2013
Literatura infanto juvenil

Aqualtune conta a história de uma garota que nunca se deu bem com seu nome, pelo fato de ele ser diferente, tanto, que decidiu mudá-lo para Alice. Em uma viagem de férias com os amigos Maria e Guilherme, para uma fazenda herdada pela família de Maria, Aqualtune, ou melhor Alice, irá conhecer a origem de seu nome e a importante história de resistência vinculada a ele. Na viagem conhecerá vó Cambinda e Kafil que irão guiar Aqualtune e seus amigos numa grande aventura onde terá contato com as histórias do povo africano sobre sua cultura e religião. Num universo fantástico os jovens conhecem o grande quilombo de Zumbi dos Palmares. Ela irá enfrentar as forças da natureza, unir o passado e o presente e descobrir a verdade por trás de uma antiga lenda.




quinta-feira, 28 de maio de 2015

Exposição e livros sobre arte e cultura negra

Abaixo, segue um local muito especial para os livros sobre cultura e história negra na biblioteca da EA. Além disso, nos corredores da Escola tem uma exposição sobre artistas negros da música! Este belo e importante trabalho foi realizado pelos bolsistas Paulo e Levi. 



quinta-feira, 21 de maio de 2015

Semana da África 2015!

No fim do mês de maio e começo de junho realizamos atividades especiais com os convidados Akins Kintê, Tiago Onidaru, Levi Shabazz, Paula Montes, Renata Martins, Erika Balbino e Raphael Garcia! Tudo isso para conhecer, discutir e celebrar o dia da África, 25 de maio, com os alunos. Este é um momento de grande importância para traçar diálogos a respeito da diáspora africana na arte, cultura e história brasileira.










Conversa com o ator Raphael Garcia do Coletivo Negro.

Bate-papo com a escritora Erika Balbino e o capoeirista Jack.


Oficina de Rap com Tiago Onidaru, Levi e Erick!

A pesquisadora Paula Montes.

A cineasta Renata Martins.

O poeta e cineasta Akins Kintê e prof. Felipe.



Semana da Consciência negra - novembro de 2015




Oficina de dança afro com Mariama Camara

Oficina de dança afro com Mariama Camara


Apresentação de capoeira com grupo do prof. Sonyc









terça-feira, 14 de abril de 2015

"Cursos de História da África objetivam uma melhor educação para superar o racismo"

Luís Viviani

   "Em janeiro de 2003 foi promulgada a Lei 10.639 que estabeleceu a inclusão de História e Cultura Afro-brasileira nas diretrizes e bases da Educação Nacional. Em 2008, ela foi completada pela Lei 11.645, com a inserção da temática indígena. Ambas possuem o objetivo de explorar a história e a riqueza cultural de povos historicamente marginalizados e desvincular a visão eurocêntrica existente no ensino padrão. Atualmente, a FFLCH ministra dois cursos voltados para professores do ensino básico que buscam justamente essa mudança de paradigmas.
   O Núcleo de Apoio à Pesquisa (MAP) Brasil África, com o curso 'Diálogos e resistências: a África no Brasil e o Brasil na África', e o Centro de Estudos Africanos (CEA), através das aulas de 'Introdução aos estudos de África', expressam a importância da valorização da história africana em conexão com a brasileira, de sua identidade cultural e da relevância para desconstruir conceitos pré-estabelecidos.
   Segundo a professora do Departamento de História da USP e especialista em História da África Contemporânea, Leila Maria Gonçalves Leite Hernandez, muito foi feito nesses doze anos, como textos didáticos, livros, artigos, exposições, workshops e cursos de aperfeiçoamento, como o NAP e o CEA, porém há mais por fazer. 'O ensino de História da áfrica e das culturas afro-brasileira e indígena continuam carecendo de professores melhor qualificados, ao ponto de formularem seus planos de aula e prepararem material didático, atentos às possibilidades de entendimento de seus alunos', comenta.
   Além disso, ela destaca duas dimensões interligadas, a do conhecimento histórico e a do questionamento dos racismos e preconceitos, com o objetivo de desconstruí-los, visto que são dois grandes temas que necessitam serem tratados a curto, médio e longo prazo. 'Só assim poderemos atuar no âmbito de um processo eficaz e efetivo, promovendo rupturas com preconceitos e racismos ainda presentes na sociedade brasileira. Uma sociedade em que a educação formal segue ainda vários aspectos da estrutura discursiva ocidental, valorizando sobretudo os saberes, valores, símbolos e padrões europeus e norte-americanos', explica Leila Hernandez.
   Para a coordenadora do NAP e professora do Departamento de História da USP, Marina de Mello e Souza, esse modelo de ensino padrão eurocêntrico está intimamente associado à educação brasileira. 'Nossa história e nossas visões de mundo são fundamentalmente eurocêntricas, o que está de acordo com a predominância do mundo europeu na formação de nossas elites, seja devido à colonização portuguesa, seja pela adoção do pensamento racionalista e cientificista do Brasil moderno'.
   Sobre a lei, ela enxerga que a partir de forte pressão do movimento negro, o sistema de ensino foi obrigado a lidar com temas integrantes da história da humanidade que por razões ideológicas não eram tratados, e enxerga o ensino de história da África nas escolas como uma forma eficiente para a superação do racismo. 'Ao nos aproximarmos do continente africano de forma a considerar seu lugar na história da humanidade, a variedade de sociedades que lá existiram ao longo do tempo e a diversidade de suas contribuições, sem nos deixar levar pelas perspectivas que projetaram sobre o continente e suas populações ideais formuladas a partir de olhares eurocêntricos, que diziam mais de si próprios do que das realidades africanas, estaremos contribuindo para expor as razões do racismo e da inferiorização de sociedades cujo pecado maior foi ser diferente do mundo europeu dominante'. Ou seja, ao se estudar história do Brasil através de uma direção exclusivamente europeia e colonizadora, a cultura africana perde voz. O ensino dominante, por exemplo, insere os negros na história somente com o contexto da escravidão, em detrimento de sua dimensão histórica, social e cultural.
   Para a também professora do Departamento de História da USP e especialista em História da África, Maria Cristina Cortez Wissenbach, a educação das crianças deve ser pautada por diretrizes, com a necessidade de quebrar estereótipos e valorizar o passado de um continente de onde veio grande parte da população brasileira. 'É preciso incutir nos alunos do ensino básico orgulho da ascendência africana. é assim também que se vence sentimentos de inferioridade e se combate o racismo da sociedade baseado na ideia de que existem raças superiores e inferiores, mais inteligentes e as menos capacitadas. A História da África em sua complexidade ajuda a romper paradigmas evolucionistas', analisa.
   Em aula para o curso do CEA, por exemplo, ela tratou de um período específico da história das sociedades subsaarianas, antes da chegada dos europeus. 'Concentrei-me nas sociedades sahelianas que se desenvolveram entre os séculos VIII e XVI alimentadas pelo comércio transaariano e pelo advento do Islã, trazidos pelos comerciantes do norte africano. A intensão foi mostrar a historicidade e as interações entre as sociedades africanas e outros povos e outras civilizações' aponta. Além disso, a experiência da aula foi gratificante, pois ela disse que a recepção foi espantosa, o interesse das pessoas muito grande e as questões bastante pertinentes.
   Já para o curso do NAP Brasil África, Wissenbach diz estar preparando uma aula que diz respeito à escravidão na África e à diáspora dos africanos pelo mundo atlântico. 'O tema tem a ver com minha preocupação da apresentação e discutir de onde vieram nossos escravos africanos, dissolvendo a ideia de que vieram do nada, ou de um vazio histórico', comenta. Outro ponto abordado no curso será demonstrar como se caracterizavam as chamadas nações africanas no Brasil, para ilustrar toda essa gama de grupos e culturas. '[Vou analisar] quem foram os haussás, os malês, os congos e os angolas, os benguelas, os moçambiques, como e porque se agruparam e quais os traços gerais de suas culturas, visões de mundo e religiosidades'".

Jornal do Campus. ano 33, n. 437, primeira quinzena - abril/2015, p. 5.

quinta-feira, 26 de março de 2015

A inversão de ideias: África e discurso mundial

Todos se lembram, se não se lembram, já, pelo menos, ouviram falar ou até conhecem, a música We are the World: USA for Africa (vide abaixo). Ela é uma composição da década de 1980 de Michael Jackson e Lionel Richie e contou com a participação de 45 artistas famosos dos EUA. O objetivo da campanha era arrecadar dinheiro para combater os problemas que o continente sofria após cerca de duas décadas (com exceção de alguns países que tinham apenas 10 anos) de libertação do imperialismo que tanto destruiu a África desde o século XIX. Quatro meses após o lançamento de We Are the World a música tinha arrecadado quase 10,8 milhões dólares americanos, a maior parte do dinheiro veio de vendas de discos dentro os EUA; fora uma parte doada pelo público estadunidense.

Retirado de <https://www.youtube.com/watch?v=_mG7WzCto3Q>

O dinheiro arrecadado não seria aplicado todo de uma só vez, pois os organizadores e os administradores do projeto julgavam que seria previsto mais 10 ou 20 anos para que esta ajuda surtisse um efeito verdadeiro. Se aplicassem o dinheiro desenfreadamente poderiam até ter um grande resultado, mas apenas em curto prazo. No mês de junho de 1985, o primeiro jato de carga do USA for Africa decolou transportando alimentos, remédios e roupas para a Etiópia e para o Sudão. Ele fez uma parada em Nova York, onde 15 mil camisetas foram adicionados à carga, além de suprimentos como biscoitos ricos em proteínas, vitaminas, medicamentos, tendas, cobertores e equipamentos de refrigeração.
Não negamos a grande ajuda que os EUA e todo o chamado “Ocidente” deram ao continente africano neste momento, mas este movimento teve uma contrapartida: acabou por reforçar o estereótipo da África da fome, da morte e da miséria. Esta visão da África como um continente horrível vem desde muito tempo; devemos nos desvencilhar deste olhar etnocêntrico que tanto reduz as maravilhas e conhecimentos que o continente possui.
Por isso, um grupo de jovens uniu-se e fez o inverso: e se a África ajudasse um país europeu necessitado? Como seria? O vídeo Radi-Aid – Africa for Norway (vide abaixo; ele está em inglês, mas a seguir colocamos uma legenda livre em português) nos mostra como seria a campanha. Esta proposta nos faz refletir sobre atitudes que, muitas vezes, são inconscientes, mas que devemos parar e refletir e ponderar se realmente pensamos estas coisas ou se apenas estamos produzindo conceitos e afirmações que foram construídos historicamente e que há muito estão descontextualizados, para não dizer, completamente preconceituosos. Espero que após, assistir as duas campanhas, você, caro leitor, reflita sobre a mensagem que as duas passam e por que é necessário refletir sobre nossa maneira de agir para com o continente africano.

Retirado de <https://www.youtube.com/watch?v=oJLqyuxm96k>

LEGENDA:

Na Noruega crianças estão congelando,
é tempo de nós ajudarmos;
há coração o suficiente para a Noruega
se os africanos compartilharem.

Ainda os africanos ficam pensando
"Não podemos contribuir";
o calor que temos,
gostaríamos de compartilhar,
mas não podemos distribui-lo.

(Refrão)
Agora a mesa se inverteu,
agora é África pela Noruega
e não há maneira
de fecharmos os olhos,
nós vimos que eles estão congelando.
Como africanos conscientes,
enviamos nossos aquecedores a caminho,
Radi-Aid para Noruega
com uma brisa tropical.

Aqui em África,
nós tivemos nossos problemas também
com pobreza, corrupção,
com HIV e o crime.

A Noruega deu uma ajuda,
nos ensinaram o que fazer
e agora é o tempo de retribuir.

(Refrão) 

Junte-se a Radi-Aid!
Diga sim! Enviamos nossos aquecedores a caminho.

Junte-se a Radi-Aid!
Diga sim! Enviamos nossos aquecedores a caminho.

 Junte-se a Radi-Aid!
Diga sim, Radi-Aid!

(Este é uma tradução livre)


Para aprofundar as informações, acesse:
<http://en.wikipedia.org/wiki/We_Are_the_World#Humanitarian_aid>
<http://www.usaforafrica.org/index.html>
<https://pdgc2012a.wordpress.com/2012/11/23/the-power-to-construct-discourse-%E2%80%A8radi-aid-africa-for-norway/>



quarta-feira, 18 de março de 2015

Semana da Consciência negra da EA

A Semana da Consciência Negra da EA tem como objetivo trazer atividades sobre a diáspora africana em seu aspecto artístico, cultural e histórico. Este evento tem acontecido na Escola de Aplicação há diversos anos e constitui-se em momento importante de conversa e reflexão sobre questões pertinentes a identidade negra brasileira, é uma oportunidade a mais de discussão para além das propostas que geralmente são realizadas pelos professores em aula. Na Semana da Consciência Negra são realizadas apresentações, oficinas, exposições e conversas entre convidados e alunos. Seguem algumas fotos de eventos passados.

Semana de Consciência Negra da EA, 2014
Os convidados de 2014 foram professore/as Janeide, Ana Lúcia, Kamila Rumi, Ronaldo Sonyc, Paulo Chagas, Grupo Cachuera, grupo Fumaca Kwanza de Angola, MC Sophia, Naiara, Potira.


Grupo Fumaca Kwanza de Angola

Grupo Cachuera!

A educadora Janeide.


MC Sofia.





Semana de Consciência Negra da EA, 2013
Os convidados de 2013 foram Grupo Cachuera, professora Janeide, Ana Lúcia, Kamila Rumi, Paulo Chagas, Grupo Cacuriá, MC Sophia, B-girl Cris, entre outros.






Oficina com a educadora Janeide.

Grupo Cachuera.


MC Sophia.

Grupo Cacuriá.

B-girl Cris.


Oficina Tiê com prof. Aninha, Kamila e Paulo.




Semana de Consciência Negra da EA, 2012



Semana da África, maio de 2014

A Semana da África da Escola de Aplicação da USP é um evento especial sobre África e cultura afrobrasileira para os alunos do ensino básico. A atividade é organizada pelo projeto Negritude da EA e conta com o apoio de toda a comunidade. Abaixo, seguem algumas fotos do projeto em maio de 2014. Alguns dos convidados foram o escritor Allan da Rosa, Débora Garcia, Renato Cândido, Paula Homem de Melo e Nobu Chinen.