terça-feira, 12 de agosto de 2014

"A degeneração no pensamento social brasileiro, 1880-1940"

“Inchado, feio, preguiçoso e inerte" são adjetivos utilizados por Monteiro Lobato em seu livro Urupês para designar Jeca Tatu, um caboclo paulista que, devido à mistura das "raças" era um degenerado. As ideias acerca dos tipos físicos humanos mudaram ao longo da História, desde a criação do termo "Raça", passando pela hierarquização, chegando até a grandes chacinas. O ser humano nem sempre soube lidar com as diferenças. Dain Borges, "Diretor do Departamento de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Chicago", dedica-se, principalmente, ao estudo do Brasil no século XIX, onde, não é de se surpreender, os debates sobre a nação brasileira estavam aferventando. Num Estado que nascia em pleno século XIX com uma fortíssima raiz escravista, a questão da miscigenação era um problema pois, segundo pensadores da época, os negros estariam corrompendo os brancos. O texto que sugerimos trata destas questões para um Brasil em formação, mas, ao entendermos alguns pensamentos que tiveram grande irradiação em nosso país, passamos a compreender a situação social atual.
"'INCHADO, FEIO, PREGUIÇOSO E INERTE'”: A DEGENERAÇÃO NO PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO, 1880-1940" é um ótimo texto para situar o leitor nos debates que, na segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX, ocorreram no Brasil. O autor faz uso de diversas obras de nossa literatura e aponta a relação entre a escrita literária e o pensamento social.

Resumo do texto:
"O texto analisa historicamente as discussões sobre 'raça' entre 1880 e 1940 com ênfase no processo de medicalização do pensamento social brasileiro. Borges expõe como, até a década de 1920, predominou o diagnóstico de que a maior ameaça à nação brasileira seria a degeneração até que, na década de 1930, ocorreu uma ruptura deste modelo de compreensão do Brasil e seus cidadãos".

Referência:
BORGES, Dain, "'Inchado, feio, preguiçoso e inerte'": A degeneração do pensamento social brasileiro, 1880-1940", in: Teoria e Pesquisa, n. 47, trad. Richard Miskolci, jul.-dez. / 2005, p. 43-70.

Para ler o texto, basta clicar no ícone abaixo.



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