Nos
dias 25 de Maio e 01 de Junho ocorreram nos auditórios da Escola de Aplicação e
da Faculdade de Educação as atividades da Semana da África, realizadas pelo
Projeto Negritude, com apoio da administração da escola e da APM. Durante as
atividades tivemos a presença de convidadas e convidados que compartilharam
suas vivências e experiências dentro das culturas afro-brasileira e indígena.
Foram espaços de troca e reflexão, onde estudantes, docentes e bolsistas puderam ter acesso a falas e experiências práticas dentro das
temáticas apresentadas por cada convidada e convidado.
No primeiro dia a
jornalista, dançarina e integrante do bloco afro Ilu obá de Min, Cris Gomes fez
um relato sobre a história do bloco desde seu surgimento a cerca de vinte anos
no carnaval de São Paulo, à sua estruturação como uma associação de educação,
cultura e arte negra e a formalização como ponto de cultura. Consagrado como um
ou o maior bloco afro de São Paulo e, símbolo do carnaval paulistano, sua maior contribuição é ser um bloco formado por mulheres.
Contamos também com a presença de uma escritora bastante renomada
no cenário da literatura infantil, Silvana Salerno, que acompanhada de seu
marido também escritor, Fernando Nuno, nos apresentaram dois contos africanos,
presentes em seu trabalho que compila diversas histórias por eles reunidas a partir de uma
viagem ao continente africano.
Tivemos a participação da poetisa, atriz e cantora,
Débora Garcia, que fez uma linda fala sobre a história de uma das maiores
escritoras da literatura brasileira, Carolina Maria de Jesus. Débora
compartilhou conosco o quanto o contato com a literatura desta mulher, negra,
pobre e oriunda de uma favela de São Paulo, foi importante para seu auto
reconhecimento como escritora. Segundo ela, o trabalho de Carolina abriu
possibilidades para outros tipos de literatura, e principalmente para outras
demandas e representações.
Oura atividade foi a oficina de Rap, ministrada por quatro amantes e
viventes desta cultura essencialmente negra e periférica. Levi, Thiago
Onidaru, Ô Bigo e Malik propuseram aos estudantes um grande laboratório de
improvisação, onde os alunos reunidos em pequenos grupos e com o auxílio dos
oficineiros compuseram pequenas letras sobre temas variados e ao fim da oficina
apresentaram para todos os presentes.
Por
fim e talvez a mais marcante das atividades foi voltada à cultura e situação
dos povos indígenas. Recebemos representantes da Aldeia Tenondé Porã,
localizada na região de Parelheiros. Os indígenas Evandro e Neri nos
apresentaram dois vídeos produzidos pela comunidade e relataram o cotidiano da
aldeia, os conflitos referentes à questão da terra, a relação
entre a cultura tradicional com a cidade e sobre o que é ser indígena no
contexto da grande São Paulo.
Destacamos
a participação dos alunos em todas as atividades como o ponto mais positivo de
toda essa experiência acumulada, eles questionaram, cantaram, brincaram, riram
e também se emocionaram, nos emocionando. Fazendo-nos perceber que atividades
com estas valem muito a pena, porque todos aprendem e saem mais ricos.
Valeu EA!!
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