Mais do que exploração e maus tratos: Desumanidade! O imperialismo que entrou em cena a partir da tão famosa Conferência de Berlin (1885) foi e ainda é muito abrandado no universo escolar e até acadêmico. Falamos: "A África foi dividida entre as potências europeias", mas não entramos em detalhes como a instalação do regime de exploração nos territórios africanos, as resistências das populações locais e as vozes dissonantes na própria Europa contra este contexto da história ocidental. Não esqueçamos que, devido à esta intensa exploração, a Europa subdesenvolveu a África (esta frase não é nossa, mas de autoria de Walter Rodney em sua obra Como a Europa subdesenvolveu a África).
A seguir, mostramos algumas fotografias tiradas pela equipe de Alice Seeley Harris, uma missionária inglesa no continente africano que, nos últimos do século XIX, viajou pelo État indépendent du Congo (Estado Independente do Congo - a colônia belga) e registrou as atrocidades que o governo belga praticava com as populações nativas. Estas fotos serviram como símbolos para o combate à exploração colonial praticada por diversas nações europeias na África.
Bolomboloko, foi baleado no punho esquerdo por um guarda da borracha
Nativos algemados na cadeia de Bauliri, esta punição era comum àqueles que não pagassem seus impostos
Um missionário sueco e um jovem Kongo (um grupo cultural da região)
com a mão mutilada a pedido da companhia que extraía borracha na região
Isekausu, teve sua mão decepada por um dos guardas da borracha
Nativo observa uma mão e um pé decepados de sua filha
Para maiores informações sobre o contexto histórico destas atrocidades no Congo belga, vide:
HOCHSCHILD, Adam, O fantasma do rei Leopoldo: Uma história de
cobiça, terror e heroísmo na África Colonial. São Paulo, trad. Beth Vieira,
Companhia das Letras, 1999.
E acesse o endereço eletrônico da exposição "'Quando a harmonia foi para o inferno', diálogos do Congo: Alice Seeley Harris e Sammy Baloji" de 2014-2015 em Londres que retoma estas fotos, clicando no ícone abaixo.
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